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quarta-feira, 23 de julho de 2014

CORREIO AMBULANTE OU CORREIO FERROVIÁRIO – CARIMBOLOGIA (RAILWAY CANCELS)


ACIMA: O armazém ainda mantém o estilo dos anos 1870 da antiga E. F. D. Pedro II. Nesse sentido, tem traços arquitetônicos que lembram muitas das estações e armazéns dessa época e que ainda estão em pé (Foto Ricardo Corte, janeiro de 2012). 

O "correio ambulante" se caracteriza pelo fato de a correspondência ser coletada e/ou feita sua triagem durante o transcurso do encaminhamento postal. 


Tradicionalmente tal denominação é fornecida aos próprios agentes postais que fazem esse tipo de serviço. 

Para efeitos de definição, consideraremos como "ambulante" toda forma de correspondência coletada, triada e distribuída durante o percurso. O meio mais usual é o ferroviário, pelo fato de ser este um dos primeiros e mais importantes meios de transporte e comunicação disseminados.

As ferrovias, durante muito tempo, constituíam a rede postal básica, sendo apenas complementada pelo transporte fluvial ou marítimo ou mesmo terrestre. O correio brasileiro, até recentemente em meados da década de 1960, utilizava de agências postais instaladas em vagões de trem, as quais durante o percurso executavam a triagem, recebimento e distribuição de correspondência ao longo das linhas ferroviárias. Não existiu emissão de selos para este fim específico, entre nós, sendo usado selos comuns, ordinários e comemorativos, e até mesmo inteiros postais. 

Uma coleção temática, neste caso se utilizaria das marcas postais deixadas nas correspondências, especialmente os carimbos. Certamente poderia demonstrar as linhas férreas existentes, seus vários ramais, evidenciando vários aspectos da vida cotidiana naquela época, pois diversas cidades foram surgindo ao longo das vias férreas, devida à importância econômica desse meio de comunicação. 

                                


  • A ESTAÇÃO: A estação de Resende, recentemente chamada de Agulhas Negras-Resende, foi inaugurada em 1873. A estação original foi substituída pela atual, em 1937; 
 
  •  HISTORICO DA LINHA: Em 1869, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, saindo da linha da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até a Penha. Em 12/05/1877, chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica, encontrou-se com a E. F. Dom Pedro II, que vinha do Rio de Janeiro e pertencia ao Governo Imperial, constituída em 1855 e com o ramal, que saía do tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo Cachoeira no terminal navegável dois anos antes e com bitola larga (1,60m). A inauguração oficial do encontro entre as duas ferrovias se deu em 8/7/1877, com festas. As cidades da linha se desenvolveram, e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"... O custo da baldeação em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba. Em 1889, com a queda do Império, a E. F. D. Pedro II passou a se chamar E. F. Central do Brasil, que, em 1896, incorporou a já falida E. F. do Norte, com o propósito de alargar a bitola e unificar as 2 linhas. O primeiro trecho ficou pronto em 1901 (Cachoeira-Taubaté) e o trecho todo em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela RFFSA. O trecho entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos anos 1980, pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte, foi aos poucos provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998, o transporte de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado, com o fim do Trem de Prata, mesmo ano em que a MRS passou a ser a concessionária da linha. O transporte de subúrbios, existente desde 1914 no ramal, continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi e no trecho D. Pedro II-Japeri, no RJ.

A própria decadência do sistema ferroviário, pode ser demonstrada pelos ambulantes. As marcas postais, entre as quais os carimbos utilizados, ainda não foram totalmente estudadas, existindo pequena bibliografia a este respeito. 

Encontra-se aberta a possibilidade de se relacionar as linhas férreas, datas de criação das agências (os primeiros carimbos, após a inauguração, e sua evolução através do tempo), os ramais, as rotas seguidas pelas correspondências, setores e demais detalhes dos correios ambulantes em nosso país.
                                  
Referências:


1. Aqui vai uma excelente dica a respeito da carimbologia usada no correio ambulante em especial na cidade do Rio de Janeiro, site elaborado pelo mestre em carimbologia o  Sr. Paulo Novaes  - http://agenciaspostais.com.br/ ;

2. Outra excelente fonte de pesquisa e entendimento sobre a Carimbologa, é o livro do amigo e mestre em carimbologia Sr. Victor Petrucci – Carimbos Postais Brasileiros Período Republicano, esta obra de excelente qualidade e com muitas ilustrações contem 131 páginas. Contato para fazer o pedido do livro: victorpetrucci2012@gmail.com

3. Aqui no site dos correios poderemos notar um breve histórico da história postal brasileira: http://www.correios.com.br/sobre-correios/a-empresa/historia

4. Aqui nesse link o leitor poderá conferir os diversos tipos de carimbos do correio ambulante na cidade de Ouro Preto – MG, trabalho este realizado pelo Sr. Everaldo Santos: http://www.clube-filatelico-do-brasil.com/news/os-carimbos-imperiais-de-ouro-preto-por-everaldo-santos/
 
5. Atualmente temos o site http://www.estacoesferroviarias.com.br/ , de Ralph Mennucci Giesbrecht, de excelente qualidade, com milhares de informações e obrigatório aos filatelistas ferroviários.

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